Brasil tem 13,2 milhões de desempregados, aponta IBGE

Contingente de ocupados tinha 90,887 milhões no trimestre até maio, mostra IBGE

A taxa de desemprego do país foi de 12,7% no trimestre móvel encerrado em maio, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tinha 13,235 milhões desempregados no período.

O resultado ficou abaixo do trimestre findo em abril (12,9%), 0,1 ponto percentual acima do verificado no trimestre móvel até fevereiro (12,6%) e 0,6 ponto menor do que o mesmo período de 2017 (13,3%). Analistas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data esperavam, na média, a taxa de desemprego em 12,7% de março a maio. O intervalo das projeções ia de 12,5% a 12,9%.

O número de desempregados — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem conseguir — era de 13,235 milhões em maio. Isso significa uma alta de 0,9% em relação ao trimestre findo em fevereiro (+115 mil pessoas) e baixa de 3,9% no confronto com o mesmo período do ano passado (-536 mil pessoas).

O mercado de trabalho entrou em trajetória de recuperação a partir de abril de 2017, liderado sobretudo pelo emprego informal. Essa recuperação, porém, perdeu fôlego no início deste ano, período de menor aquecimento da atividade econômica e sazonalmente desfavorável para a geração de novos postos de trabalho.

A força de trabalho — pessoas empregadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade — teve leve queda de 0,1% na comparação ao trimestre até fevereiro, ficando em 104,12 milhões de pessoas no trimestre até maio. Essa redução contribuiu positivamente para a taxa do mês.

“A redução ocorreu em todos os segmentos desse grupo”, nota Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Dos grupamentos de atividade que aumentaram seus quadros está o setor público, de educação e saúde. Foram 423 mil pessoas a mais ocupadas nessas atividades, um aumento de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “É um movimento sazonal para essa atividade”, aponta Azeredo.

Rendimento

O rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.187 no trimestre móvel até maio, 0,6% abaixo dos três meses até fevereiro (R$ 2.200) e 0,9% acima do apurado no mesmo período de 2017 (R$ 2.167). Essas variações são consideradas estabilidade em termos estatísticos pelo IBGE, dado o intervalo de confiança. Já a massa de rendimento real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) somou R$ 193,895 bilhões de março a maio, 0,7% abaixo do trimestre móvel anterior e 2,3% maior do que no mesmo período terminado em 2017.