Municípios brasileiros ainda destinam seus resíduos de maneira imprópria

Cerca de 82 milhões de toneladas de resíduos são deixados, diariamente, em unidades inadequadas.

Cerca de 3.326 municípios brasileiros destinam seus resíduos de maneira imprópria. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, de 2015, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), são gerados anualmente um total de 79,9 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos, sendo 72,5 milhões coletados e 7,3 milhões sem coleta. Do total de resíduos coletados, 30 milhões de toneladas foram levados à uma destinação não adequada, apenas 58,7% foram para aterros sanitários.

São gerados anualmente um total de 79,9 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos, sendo 72,5 milhões coletados e 7,3 milhões sem coleta.

Em 2015, as regiões Norte e Nordeste contavam com 80% de cobertura no atendimento de coletas. Este percentual de cobertura era de 90% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os 450 municípios da região Norte geraram, diariamente, 15.745 toneladas de resíduos urbanos; 64,2% dos resíduos que foram coletados não tiveram destinação apropriada. Entre 2014 e 2015, observou-se no Brasil um aumento de 1,7% no total de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Cerca de 82 milhões de toneladas de resíduos são deixados, diariamente, em unidades inadequadas. Além disso, existem também os Resíduos de Construção e Demolição que somam mais de 122 mil toneladas geradas por dia. Em 2015, 88,8% dos brasileiros têm acesso à coleta de resíduos, de acordo com os indicadores do Portal Longevidade & Produtividade. O Maranhão teve o menor percentual de moradores com acesso a esse serviço: 57,02%. O melhor estado foi São Paulo com 99% de sua população com acesso a coleta de resíduos.

Quer saber mais sobre o acesso à coleta de resíduos no seu estado, na sua cidade? Acesse Portal Longevidade & Produtividade.

estudo Estimativa dos Custos para Viabilizar a Universalização da Destinação Adequada de Resíduos Sólidos no Brasil, da ABRELPE, aponta que o investimento necessário para universalizar até 2031 o serviço de tratamento e destinação final adequada era de $ 11,6 bilhões em 2015. Para tal, devem ser investidos $ 15,59 bilhões/ano para custear a operação e a manutenção das construções necessárias. O estudo revela, ainda, que com o ritmo atual de investimentos a universalização está distante de ser alcançada. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lançada desde 2010, instituiu que a responsabilidade pelo ciclo de vida do produto seja compartilhada. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a aprovação da PNRS deu qualidade e um novo rumo ao tema, apresentando como uma alternativa a eliminação e recuperação de lixões que comprometem a qualidade de vida dos habitantes do país. Vale lembrar que uma boa gestão impacta positivamente no setor social, ambiental e econômico do país. Todos ganham!

Boa Prática

 
Foto: Cultura Mix

Processos de coleta seletiva e reciclagem são exemplos de boas práticas. A coleta seletiva acontece de maneira informal na maioria dos municípios brasileiros. É feita por catadores individuais ou organizados em cooperativas, que fazem a separação correta e encaminham para empresas de reciclagem.

Compromisso Empresarial Para Reciclagem (CEMPRE) informa que apenas 15% dos brasileiros tem acesso a coleta seletiva, o que equivale à 18% dos municípios.

O Instituto Paranaense de Reciclagem (INPAR), inaugurado em julho de 2017, com apoio da FIEP e, em parceria, com os sindicatos do setor alimentício: Sincabima, Sindicarne, Sindiavipar, Sinduscafé, Sinditrigo e Sipcep. Sua regulamentação idealiza que, após o consumo dos produtos, comerciantes, consumidores e fabricantes se responsabilizem pelos resíduos gerados.

O presidente do INPAR, Sr. Rommel Barion, afirma que “O instituto tem como propósito promover a adequação das empresas do setor de alimentos à Política Nacional de Resíduos Sólidos, a fim de minimizar os impactos de suas atividades ao meio ambiente”. O Instituto poderá oferecer soluções para que os produtos e respectivas embalagens tenham uma destinação adequada após o consumo.