‘Prévia’ do PIB do Banco Central indica que economia brasileira cresceu 1,15% em 2018

A economia brasileira cresceu pelo segundo ano consecutivo em 2018, indicam números divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Banco Central.

No ano passado, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo BC, registrou uma expansão de 1,15% na comparação com 2017. O número não possui ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano). No ano retrasado, a economia já havia avançado 1%.

O resultado oficial do PIB de 2018, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente em 28 de fevereiro.

O mercado, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, estima uma expansão de 1,25% para a economia brasileira em 2018.

Cenário em 2018

O ano passado foi marcado pelo aumento da produção industrial, pelo retorno da criação de empregos com carteira assinada e pela manutenção dos juros básicos da economia, fixados pelo Banco Central, na mínima histórica de 6,5% ao ano. Apesar disso, os juros bancários continuaram em patamar elevado na comparação com outros países.

Por outro lado, o nível de atividade também foi impactado negativamente pela greve dos caminhoneiros. No ano passado, o então Ministério da Fazenda, atualmente Ministério da Economia, avaliou que o prejuízo à economia provocado pelo movimento foi de R$ 15,9 bilhões. A categoria paralisou as atividades e fechou rodovias do país durante 11 dias no final de maio.

IBC-Br e definição da taxa Selic

O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.

O cálculo dos dois é um pouco diferente: o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Atualmente, a taxa Selic está em 6,5% ao ano, na mínima histórica, e a estimativa do mercado financeiro, até o momento, é de estabilidade até o fim de 2019.

Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Para 2019 e 2020, a meta central é de 4,25% (podendo oscilar entre 2,75% e 5,75%) e de 4% (com uma banda de flutuação de 2,5% a 5,5%), respectivamente.

Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis. O BC baixa os juros quando julga que a inflação está em linha com as metas definidas.