Saneamento Básico expõe desigualdades no Brasil

Através do não tratamento básico de água e esgoto, as desigualdades sociais são expostas em algumas regiões do Brasil. Mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada segundo o Instituto Trata Brasil (2015), e apenas 50,3% da população tem acesso a coleta de esgoto. Isso gera mais ocorrências de doenças, internações e afastamentos, influenciando diretamente na economia do país.

Ainda em 2015, a região Sudeste do Brasil, possui 91,2% da população com abastecimento de água tratada, e a região Norte apenas 56,9% dos habitantes atendidos.

Em relação ao esgoto, 16,4% da região Norte possui tratamento (a situação mais precária dentre as outras regiões), e o Centro-Oeste tem a melhor condição com apenas metade da população (50,2%) com tratamento de esgoto.

As desigualdades entre as regiões urbanas e rurais também se mostram fortes. Conforme informações da PNAD 2015, 93,9% das residências urbanas possui acesso ao fornecimento de água, diante de 34,5% das residências rurais tendo o acesso ao abastecimento.

Mais de 35 milhões de brasileiros não tem acesso à água tratada, e apenas 50,3% da população têm acesso a coleta de esgoto.

Esse tema também deixa vestígios na saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, a cada 1 dólar investido em água e saneamento, economiza-se 4,3 dólares em gastos na saúde do mundo todo. Em 2013, foram afastados mais de 14 milhões de brasileiros de suas atividades por aproximadamente 3 dias, o que acaba impactando também diretamente na economia do país. Segundo o Trata Brasil (2015), seria necessário cerca de 303 bilhões de reais, para que ocorra em 20 anos, a expansão de água e esgoto no país.

O Trata Brasil também aponta que, de 2014 a 2033, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, possuíram investimentos de 63% em saneamento, já os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e Rondônia totalizaram um investimento de 1,7%.

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Com intenção de melhorar os serviços públicos, de acordo com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), o Ministro das Cidades Bruno Araújo, declarou 5,7 bilhões de reais em investimentos público-privado para obras de mobilidade urbana e saneamento básico.

De acordo com dados divulgados pela Agencia Reguladora intermunicipal de Saneamento (ARIS) as obras de saneamento básico terão um total de 2 bilhões em financiamento, no programa Saneamento para Todos, no mês de julho (2017). O programa têm planos para melhorar o abastecimento de água, esgotamento sanitário, controles de perdas, projetos, estudos e outros fatores.

O gráfico apresenta a diferença entre os estados. À esquerda está o Estado de São Paulo, e à direita o Estado do Amapá.