Islândia é 1° país do mundo a impor igualdade salarial entre homens e mulheres

A Islândia se tornou o primeiro país do mundo a criar uma lei que exige a igualdade de salários entre homens e mulheres. A legislação entrou em vigor em 1° de janeiro de 2018.

A lei islandesa torna efetivamente ilegal pagar salários mais altos a homens, entre funcionários que exerçam funções semelhantes. Pelas novas regras, todas as empresas privadas e agências governamentais que tenham mais de 25 funcionários passam a ser obrigadas a obter uma certificação oficial, junto ao governo, que comprove suas políticas de igualdade salarial entre homens e mulheres. Os empregadores que não cumprirem a legislação estarão sujeitos a multa.

“O fosso salarial de gênero ainda é, infelizmente, um fato no mercado de trabalho islandês, e é hora de tomar medidas radicais”, disse o ministro da Igualdade e Assuntos Sociais da Islândia, Thorsteinn Viglundsson.

Nos últimos nove anos consecutivos, a Islândia tem liderado o ranking do Fórum Econômico Mundial sobre os países onde há mais igualdade de gênero – atrás dos islandeses estão Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia. O relatório Global Gender Gap analisa a evolução da igualdade desde 2006, entre 144 países do mundo, com base em indicadores como oportunidades econômicas e participação política.

Nos demais países, o cenário é preocupante. Os resultados do mais recente relatório do Global Gender Gap mostram que a desigualdade de gênero voltou a crescer pela primeira vez no mundo, depois de uma década de avanços. O estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que, caso seja mantido o ritmo atual, será preciso um século para reduzir a diferença de gênero em escala global. Em 2016, essa expectativa era de 83 anos.

Em relação às desigualdades no local de trabalho, as projeções são ainda mais pessimistas: só haverá igualdade daqui a 217 anos. A razão da queda dos índices, segundo o relatório, foi a redução da igualdade do ponto de vista econômico e político.

Na União Europeia, a diferença de salários entre homens e mulheres é, em média, de 16%. O relatório do Fórum Econômico Mundial analisa a situação dos países em quatro pilares principais: Participação Econômica e Oportunidade, Acesso à Educação, Saúde e Sobrevivência e Empoderamento Político.

Em 2017, o Brasil caiu para a 90ª colocação no ranking, em um universo de 144 países. No ano passado, ficou em 79º e em 2015, em 85º. No primeiro estudo, realizado em 2006, o Brasil ocupava a 67ª posição no ranking.