Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência: 3 a cada 10 adolescentes com filhos continuam indo à escola

A gravidez vem atingindo cada vez mais adolescentes no Brasil. Segundo um estudo “Prevenção e Redução da Gravidez não Intencional na Adolescência”, publicado neste mês, pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no Brasil, 24 mil crianças nasceram de meninas com até 14 anos, só em 2016. Esse número aumenta para 477 mil quando se trata de adolescentes entre 15 e 19 anos.

Com base nos dados de 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo aponta que entre 10 meninas grávidas ou com filhos, com idade entre 15 e 19 anos, 7 delas são negras e 6 não estudam ou trabalham.

Se formos comparar as meninas que NÃO têm filhos, 9 a cada 10 estão estudando; já as que têm, apenas 3 de 10 continuam indo à escola.

Segundo o relatório, essas meninas são justamente as mais carentes e com menor escolaridade. Isso acontece porque em sua maioria, deixam de lado direitos básicos como educação, lazer, e têm dificuldade em encontrar trabalho.

Atualmente, temos quase 2 bilhões de adolescentes no mundo, no contexto internacional, a cada US$ 1 investido em planejamento familiar na adolescência, US$98,2 são poupados em assistência médica até o fim da vida reprodutiva. No Brasil, caso as adolescentes engravidassem após os 20 anos, haveria um crescimento anual de mais de US$ 13 bilhões na economia (no câmbio atual).

Além do relatório, a parceria entre o UNFPA e a ITAIPU Binacional pretende disponibilizar dados, informações e serviços aos 54 municípios do Oeste do Paraná a fim de oferecer subsídios para definição de políticas públicas voltadas ao tema.

Mortalidade materna

A morte materna é causada por complicações na gestação, pelo aborto, no parto ou aquela que acontece até 42 dias após o parto. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), todos os dias, cerca de 830 mulheres morrem no mundo por motivos evitáveis, no parto ou na gestação.

É estimado que só no ano de 2015, houveram aproximadamente 303 mil mortes de mulheres por complicações durante ou após a gestação.

A possibilidade de uma adolescente de até 15 anos morrer por uma causa materna é maior – de 1 em 4,9 mil nos países desenvolvidos, e de 1 em 180 nos países em desenvolvimento. Em países designados como estados frágeis, o risco é de 1 em 54.

Em 2015, o número de mortalidade materna nos países em desenvolvimento foi de 239 a cada 100 mil nascidos vivos, enquanto em países desenvolvidos, esse número fica em 12 a cada 100 mil nascidos vivos.  De 1990 a 2015, o número diminuiu significativamente, cerca de 44%.

A maioria das complicações que causam essas mortes podem ser tratadas e evitadas, 75% delas são causadas por hipertensão, hemorragias graves, infecções, complicações no parto e abortos inseguros.

Os cuidados com a saúde podem, sem dúvida, diminuir esses números. Para tanto, é

importante ter acesso aos pré-natais, cuidar durante e após o parto.  Alimentação e acompanhamento em todas as fases da gestação é fundamental para a saúde da mamãe e do bebê.

Você pode acessar indicadores de mortalidade materna do seu município e fazer comparações, basta acessar os indicadores ODS, clique aqui e saiba mais.