OIT lança pacto que prevê um milhão de empregos verdes para jovens

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou o primeiro Pacto de Empregos Verdes para Jovens na Conferência sobre Mudanças Climáticas no Egito – também conhecida como COP27.

O Pacto da Juventude (Youth Pact, no original em inglês), é uma parceria da ONU e outras agências, que visa preencher a lacuna de habilidades para jovens em países em desenvolvimento e aborda setores vulneráveis ao clima. Suas metas incluem a criação de um milhão de empregos verdes, o apoio a ecologização de um milhão de empregos existentes e a ajuda a 10 mil empreendedores verdes.

O Pacto faz parte do trabalho da OIT para promover uma transição justa para um futuro mais sustentável e verde. Reúne a OIT, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Comissão Europeia, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o grupo de crianças e jovens da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (YOUNGO) e o LinkedIn.

Durante a cerimônia de lançamento, no último dia 9 de novembro, o coordenador Global de Empregos Verdes da OIT, Moustapha Kamal Gueye, lembrou aos e às participantes que “os investimentos na economia verde, incluindo energia limpa e renovável, construção, agricultura sustentável, criarão 8,4 milhões de empregos para jovens pessoas até 2030.”

Financiamento – Em 10 de novembro, a OIT, juntamente com a London School of Economics e o Grantham Research Institute for Climate Change and Environment, lançou a Ferramenta de Financiamento da Transição Justa para Atividades Bancárias e de Investimento.

A iniciativa visa fornecer às instituições financeiras informações sobre conselhos objetivos, práticas emergentes e links para recursos relevantes sobre como incorporar a ótica da transição justa em suas operações, em alinhamento com o Acordo de Paris. Ela se concentra nas atividades bancárias e de investimento e descreve os pontos de entrada para uma integração sistemática de considerações sociais na abordagem das instituições financeiras para uma transição justa.

Falando no lançamento, o diretor do Departamento de Empresas da OIT, Vic Van Vuuren, disse: “estamos vendo os pioneiros, estamos vendo ações concretas vindas do setor financeiro. Mas para passar do atual estágio, o setor precisa se beneficiar de mais orientações. Confiamos que a ferramenta apoiará a implementação de medidas tangíveis.”

Evento – O lançamento foi realizado no Pavilhão de Transição Justa da OIT na COP27. O Pavilhão, o primeiro de seu tipo, foi inaugurado oficialmente pelo diretor da Equipe de Trabalho Decente e Representação do Cairo, Eric Oechslin, pelo diretor-geral de Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia, Joost Korte e pelo diretor de Mitigação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), James Grabert.

O evento de abertura, que reuniu representantes de alto nível de governos, organizações internacionais e parceiros sociais, destacou o papel fundamental do novo Pavilhão em fornecer uma plataforma para negociadores e todos os atores da COP se envolverem de forma construtiva para apoiar o processo da UNFCCC.

O Pavilhão também abriga um Centro de Conhecimento para aumentar o compartilhamento de conhecimento e promover trocas entre os profissionais da transição justa e os atores interessados.

Ecologização – Um novo relatório da OIT, intitulado em inglês Greening Enterprises: Transforming processes and workplaces  constatou que um número crescente de empresas está tomando medidas para reduzir suas emissões de carbono, em resposta à escassez de recursos, à frequência de desastres naturais e aos apelos de consumidores e clientes para serem mais proativos em questões climáticas.

Entre os 65 países e territórios analisados para o relatório, Ásia, Europa e América Latina foram as regiões mais ativas na promoção da sustentabilidade no local de trabalho.

O estudo descobriu que as grandes empresas são mais propensas a tomar medidas eficientes em termos de recursos e oferecer produtos e serviços verdes, em parte porque têm acesso mais fácil à tecnologia verde e têm um número maior de obrigações legais. Mas muitas micro, pequenas e médias empresas também estão implementando medidas para economizar energia, recursos e gerenciar resíduos.

Tanto trabalhadores(as) como empregadores(as) afirmam, cada vez mais que, a ecologização dos locais de trabalho é importante para eles, incluindo questões como transporte sustentável, consumo de recursos de forma sustentável, gestão de resíduos, organização do trabalho e alimentação sustentável no trabalho.