Reduzir desigualdades é urgente para que “Década da ação” não seja perdida

Governos, empresas, cidadãos e o terceiro setor precisarão dar as mãos para alcançar um futuro sustentável

Apesar dos esforços empreendidos, o fato é que a pandemia ainda está longe de terminar. Algumas projeções indicam que somente vacinaremos toda a população brasileira no segundo semestre de 2022. Essa realidade exige mobilização e empenho ainda maiores para contribuirmos no fortalecimento das redes da sociedade civil em busca de soluções conjuntas aos grandes desafios que ainda teremos pela frente, principalmente em atenção às populações mais vulneráveis.

É notório que, no Brasil, a crise sanitária trazida da covid-19 afetou os mais pobres, fato que terá impacto também nas políticas públicas para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

Nesse cenário de incertezas, um estudo recente da Social Progress Imperative – organização americana sem fins lucrativos, que fornece aos tomadores de decisão informações para a implementação de ações que acelerem o desenvolvimento sustentável – alerta que só alcançaremos as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2082.

Se considerarmos o cenário pandêmico, serão necessários mais dez anos para contemplá-las, período mais do que tardio diante do que precisamos fazer agora e com urgência: a redução das desigualdades e o enfrentamento ao aquecimento global.

A ONU estabeleceu no final de 2020 a “Década da Ação” – um chamamento às lideranças das organizações e governos, para que acelerem e revisem suas práticas em Sustentabilidade e ESG, a fim de que alcancemos os ODS.

Em 2021, no Instituto Neoenergia, definimos em nosso planejamento dar continuidade às ações e aos projetos contemplados, considerando que a pandemia ainda seria um tema crítico e de grande impacto ao terceiro setor.

O desafiador ano de 2020 nos trouxe muitos desafios, mas também muito aprendizado. Reformulamos todos os projetos em carteira, que incluíram desde as ações emergenciais de combate aos efeitos da pandemia, como o enfrentamento à fome e o reforço na atuação em comunidades vulneráveis. Fizemos uma grande revisão de nossos projetos, de forma a seguir impactando positivamente as comunidades e o meio ambiente.

Mesmo se houvesse vacina disponível para a maioria da população e o controle da crise sanitária já em 2021, ainda teríamos um cenário de grande impacto às populações mais vulneráveis, em setores transversais e profundamente afetados, como os da educação, cultura e meio ambiente.

Assim, o Instituto Neoenergia ampliou ainda mais os programas de capacitação das organizações sociais – ONGs e Negócios de Impacto, com o objetivo de prover ferramentas para melhorar sua gestão e conseguir captar recursos para seguir em frente com seus projetos – que passaram por adaptações diante da pandemia.