Tecnologia e sustentabilidade são motores da mobilidade urbana do futuro, diz especialista

mobilidade urbana é um assunto urgente e necessário. Muitas cidades cresceram sem planejamento adequado e não é à toa que aumentar o número de comunidades sustentáveis está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) para 2030.

De acordo com um relatório publicado em 2018 pela companhia de consultoria empresarial McKinsey, a aplicação de tecnologia nas cidades pode reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa entre 10% e 15% e diminuir o consumo de água de 20% a 30%, além de permitir que as pessoas gerem menos resíduos.

O compartilhamento de bicicletas, o aumento do número de ciclovias e a priorização do transporte público elétrico e híbrido são algumas das ações que movem a gestão da nova mobilidade urbana. Fato é que soluções de deslocamento inteligentes são cada vez mais necessárias, principalmente nos grandes centros urbanos.

É nesse contexto que os apps de mobilidade ganham cada vez mais espaço. Para Luiza Peixoto, especialista em planejamento urbano pela Universidade de Londres e Public Policy Manager do app Quicko, a mobilidade urbana está totalmente conectada ao uso de tecnologias que facilitam o deslocamento coletivo nos centros urbanos. “Cidades sustentáveis exigem a priorização do transporte público com os aplicativos sendo o vetor principal dessa mudança, uma vez que disponibilizam informações em tempo real sobre o horário de chegada dos ônibus, sugestões das melhores opções de rotas, recargas de cartões do transporte e celular pré-pago, além da localização de estações de compartilhamento de bicicleta.”

Para Luiza, com o avanço da vacinação e retomada das atividades presenciais, o conceito de cidades inteligentes e sustentáveis deve ser a pauta principal das metrópoles brasileiras. “A contribuição das tecnologias inovadoras para a melhoria da mobilidade pode ser traduzida na eficiência com que a população alcança as oportunidades no espaço urbano. Estas oportunidades significam trabalho, e estudo, relacionadas ao atendimento às necessidades básicas de habitação, segurança, saúde, que contribuam para a harmonia entre o alcance social e a viabilidade econômica da vida nas cidades”, explica.

Ainda segundo a especialista, as cidades inteligentes têm papel fundamental em um contexto de mudanças climáticas preocupantes, principalmente em um cenário de mobilidade que historicamente sempre focou no transporte motorizado individual. Para ela, os carros precisam sair do protagonismo, dando oportunidades para ônibus, trens e pedestres.