60% das crianças e adolescentes são pobres no Brasil, diz Unicef

Seis em cada 10 crianças e adolescentes brasileiros vivem em situação de pobreza no Brasil, totalizando 32 milhões de jovens (ou 61% dos 53 milhões que formam a população brasileira com menos de 18 anos). É o que revela o estudo inédito “Pobreza na infância e na adolescência“, apresentado nesta terça-feira (14) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Para a elaboração da pesquisa, que tem por fonte dados oficiais da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2015, do IBGE, o Unicef considerou que a pobreza na infância e adolescência ultrapassa a falta de dinheiro e precisa levar necessariamente em conta outros fatores que influenciam para rebaixar a qualidade de vida. É o que em economia se chama de pobreza multidimensional.

Vive em pobreza monetária, segundo o fundo, a criança ou adolescente de família com renda inferior a R$ 346,00 por pessoa por mês na zona urbana e R$ 269,00 na zona rural.

O Unicef incluiu no estudo, por isso, a análise da qualidade do acesso, por meninas e meninos de até 17 anos, a seis direitos básicos: 1) educação, 2) informação (acesso à internet e também à TV), 3) água, 4) saneamento básico, 5) moradia e 6) proteção contra o trabalho infantil.

Então, conforme o Unicef, os 32 milhões de crianças e adolescentes em condição de pobreza estão assim porque são monetariamente pobres e/ou estão privados de um ou mais direitos básicos.

O órgão da ONU para a proteção da infância e da adolescência no mundo afirma que “a ausência de um ou mais desses seis direitos coloca meninas e meninos em uma situação de ‘privações múltiplas’ –uma vez que os direitos humanos não são divisíveis, têm de ser assegurados conjuntamente”.

O Unicef distingue dois tipos de privação: a intermediária e a extrema. A privação intermediária quer dizer “acesso ao direito de maneira limitada ou com má qualidade” e a privação extrema significa “sem nenhum acesso ao direito”.

Segundo o estudo, 49,7% de todas as crianças e adolescentes brasileiros (cerca de 27 milhões de jovens) enfrentam ao menos um tipo de privação dos seis direitos básicos analisados. Em média, elas e eles tiveram 1,7 privação.

Há 14,7 milhões de meninas e meninos com apenas uma privação, 7,3 milhões com duas e 4,5 milhões com três ou mais privações, diz o Unicef.

Há ainda um grupo, com cerca de 14 mil crianças e adolescentes, que não tem acesso a nenhum dos direitos analisados, quer dizer, está à margem de políticas públicas.

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