Homicídio é destaque no crescimento da violência no Brasil

Segundo o último “Atlas da Violência”, lançado em junho de 2017, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre 2005-2007, ocorreram, aproximadamente, 50 mil homicídios no Brasil. Esse número, só em 2015, passa de 59 mil, uma mudança que comprova, segundo o relatório, significativa alteração na qualidade desse indicador.

Segundo o relatório, “trata-se de um número exorbitante, que faz com que em apenas três semanas o total de homicídios no país supere a quantidade de pessoas que foram mortas em todos os ataques terroristas no mundo, nos cinco primeiros meses de 2017, e que envolveram 498 casos, resultando em 3.314 indivíduos mortos. ”

Vale lembrar que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera como limite a quantidade de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes, um número distante da nossa realidade, quando mostra que a taxa saltou de 26,1, em 2005, para 28,9 homicídios em 2015.

O aumento mais significativo dessa taxa, entre 2005-2015, aconteceu nas regiões Norte e Nordeste, onde se destacam os seguintes estados:

Sergipe (+77,7%), Rio Grande do Norte (+75,5%), Piauí (+54,0%), Maranhão (+52,8%).

Houve, também, diminuição da taxa nos seguintes estados brasileiros:

Espírito Santo (-27,6%), Paraná (-23,4%), Alagoas (-21,8%).

Ainda, em 2015, o Atlas revela que o homicídio é causa de quase 50% da mortalidade de jovens do sexo masculino entre 15 e 29 anos; entre 15 e 19 anos essa porcentagem aumenta para 53,8%. Entre as mulheres, a maior proporção de óbitos fica entre as jovens de 15 e 19 anos, com 14,9%.

O município de Jaraguá do Sul (SC) é apontado como o mais pacífico e o de Altamira (PA) como o mais violento. Vale destacar que há uma diferença socioeconômica significativa entre ambos que deve ser considerada.

Acesse no Portal Longevidade e Produtividade os indicadores demográficos da sua região.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu relatório “World Health Statistics”, em 2014, o Brasil ficou como o nono país mais violento das Américas, com taxa de homicídio de 32,4 mortes para cada cem mil habitantes.

Os dados de mortalidade, além de gerar mudanças demográficas, também impactam negativamente na economia do país. O Atlas da Violência expõe que cada 1% de diminuição no índice de desemprego reflete também na diminuição de 2,1% na taxa de homicídio.

As políticas públicas têm papel fundamental na melhoria da educação e cultura, na saúde e na empregabilidade, aspectos que, segundo o documento, refletem diretamente na diminuição ou aumento da violência.