Os resultados estimam que as zonas azuis, como a dos subtrópicos, ficarão mais azuis, refletindo a diminuição dos níveis de fitoplâncton – e de vida em geral. Já as verdes, como observado próximo aos polos, devem ficar ainda mais verdes, uma vez que temperaturas mais quentes tendem a provocar uma proliferação de espécies de fitoplâncton.
A cor dos oceanos depende de como os raios de sol interagem com os componentes da água. As moléculas de água absorvem quase toda a luz solar, exceto a parte azul do espectro, que é refletida de volta. Assim, regiões do oceano aberto, com menos vida, aparentam ter um azul intenso.
Quando há organismos no oceano, eles podem absorver e refletir diferentes comprimentos de onda luz, dependendo de suas propriedades, o que altera a percepção da cor do oceano. O fitoplâncton, por exemplo, contém clorofila, pigmento que absorve mais a porção azul da luz do sol para fazer fotossíntese, e menos verde. Desse modo, mais luz verde é refletida de volta, por isso as regiões ricas em algas são de cor esverdeada.
Os pesquisadores desenvolveram um modelo global que simula o crescimento e a interação de diversas espécies de fitoplâncton e como elas devem variar à medida que as temperaturas aumentam.
Também foi possível reproduzir a maneira como o fitoplâncton absorve e reflete a luz e como afeta a cor dos oceanos, levando em conta a variável da mudança climática.
O grupo de pesquisadores conseguiu melhorar um modelo informático que foi utilizado para prever as mudanças nos níveis de fitoplâncton quando sobem as temperaturas.
Além disso, acrescentaram um elemento novo: a possibilidade de calcular as ondas de luz absorvidas e refletidas pelo oceano, dependendo da quantidade e dos tipos de organismos em determinada região.
Segundo este modelo, no final do século o aspecto do planeta será alterado. Stephanie Dutkiewicz, a diretora de pesquisa do projeto, prevê que as mudanças entre comunidades de fitoplâncton podem alterar as cadeias alimentares, o que considera um problema “potencialmente sério”.
No entanto, Dutkiewicz admite a dificuldade de determinar se estas mudanças se devem à mudança climática ou à variabilidade natural da clorofila.
“Fenômenos como El Niño ou La Niña provocariam uma mudança na clorofila porque varia a quantidade de nutrientes que chegam ao sistema”, explicou./ EFE
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